A – Z: Roy Shirley
O Grande Pastor (ou Sumo Sacerdote) do Reggae. Assim era conhecido Roy Shirley, jamaicano criado nos moldes da Igreja Batista e uma das vozes mais lindas da ilha. Suas apresentações eram teatrais, e de certa forma lembravam o êxtase dos rituais de pregação religiosa, daí o apelido dado a Shirley.
Ainsworth Roy Rushton Shirley nasceu em Kingston, em 1944, e começou sua carreira ainda na infância, em concursos de talentos, como era comum aos artistas da época. Seu primeiro hit, “Oh, Shirley!”, foi lançado em 1965 com arranjos de Jimmy Cliff, seu grande amigo na época. Logo em seguida, uniu-se a Ken Boothe e Joe White, surgindo então o grupo The Leaders, que não fez tanto sucesso (P.S.: como um grupo com Ken Boothe e Roy Shirley não fez tanto sucesso??? Fica a dúvida…), mas deixou algumas pérolas musicais para a posteridade. Sem respiro, emendou junto a Slim Smith e Franklin White a fundação do trio vocal The Uniques, porém essa formação durou cerca de um ano apenas. Tanto White (o Franklin, não o Joe) quanto Shirley seguiram carreira solo, enquanto Smith continuou com o Uniques em outra formação.
É atribuído a Shirley o que alguns consideram o primeiro rocksteady, “Hold Them”. O hit seria inicialmente um ska, gravado junto aos Leaders, mas Joe Gibbs o transformou em sucesso solo e um dos rocksteadys mais famosos da ilha.
Shirley foi um dos artistas mais performáticos da ilha. Suas aparições incluíam figurinos como capas pretas, ternos, e ele cantava com o fervor de quem estava pregando (e de fato estava pregando, mas pregando a música). Em 1968, ele montou sua própria gravadora, Public, que era praticamente desconhecida, tanto dentro quanto fora da Jamaica, mas que apesar disso foi a responsável por sucessos como “Prophecy Fulfilling” e “Flying Reggae”.
Criou em Londres (onde passou a morar em 1973) a All Stars Artistic Federated Union, para “promover os artistas e evitar que eles caíssem nas armadilhas” em que ele caiu durante a carreira. Montou uma loja de discos em Dalston (Londres), e fundou a British Universal Talent Development Association, com o objetivo de auxiliar jovens talentosos e carentes. Em todo esse período ele continuou a se apresentar, e seu último show foi em junho de 2008, no Sierra Nevada World Music Festival.
O artista morreu no mesmo ano, no mês seguinte. Seu corpo foi devolvido à Jamaica e enterrado em uma grande cerimônia que contou com a apresentação de Ken Boothe e a presença de representantes do governo jamaicano.
Veja abaixo trecho do documentário “Aquarius”, de Jeremy Marr (mesmo diretor de “Reggae Brittania”) e Carl Gayle, com depoimento de Roy Shirley.
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E depois ouça Roy Shirley, e melhore seu dia. 🙂
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(por Dani Pimenta)
Tem um errinho ali bem no início. Digitaram Roy Ellis ao invés de Roy Shirley, hehehehehe…
Corrigido, valeu Gustavo! 😉