Groovin Mood entrevista: Jah Knomoh

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O Groovin Mood Entrevista de hoje traz um dos artistas mais versáteis da cena de música jamaicana em SP. Marcelo Gregório, o Jah Knomoh, conta pros nossos leitores um pouco da sua extensa trajetória e do trabalho que faz em favor ao crescimento da cultura soundsystem na cidade (e, por que não, no país, afinal ele foi responsável por contribuições históricas para a cena nacional, como a vinda da lenda viva Jah Shaka para o Brasil).

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(por Dani Pimenta)

Groovin Mood: Quando e como você começou a se envolver na cena reggae?
Jah Knomoh: Comecei nos anos 2000. Era envolvido com a cultura punk, e pela aproximação histórica de ambos eu acabei me apaixonando pelo reggae, e pelo fluxo natural me aprofundei e acabei ajudando a difundir um pouco as formas diversas e o conteúdo desse movimento.

GM: Quais são os seus trabalhos como produtor/cantor?
JK: Eu tenho Ep´s e singles diversos gravados (para ouvir clique aqui), trabalhos com artistas maravilhosos como Lioness Laylah , Monkey Jhayam, Uale Figura, que são minha prioridade no corre do reggae. Sempre faço o link possível, conciliando dois trampos fixos e os trabalhos em estúdio. Trampo também com bandas como QG Imperial, Filhos da Terra e República Zion que, ao meu ver, são fortíssimas no som. Além disso tenho um álbum, o Dub Against Politricks, que agora passa a ser o volume um, pois estou preparando o volume dois. Nesse disco eu cantei e produzi todos os riddims. Agora no novo também irei cantar, mas estou coletando os riddims. 90% deles vem de artistas produtores brasileiros como dubmastor , Marcio Dubmovement , Dubatak , Guxx (Ghetto Selectors) , Kas Dub…. é dub que não acaba mais, rs! No nosso país, muitos produtores e material de qualidade “internacional” provam que somos aqui hoje maduros e temos nível, diria eu, nível brasileiro de se produzir, muito peculiar na sua essência de criação.

Também possuo um projeto junto à Prefeitura, onde estruturamos um estúdio de uso público e gratuito, no Centro Cultural da Juventude, o CCJ, localizado na região norte da cidade. Esse projeto iniciou em 2006, e desde então eu gravei aproximadamente 6000 faixas de todos os gêneros musicais possíveis, através de intercâmbios até mesmo com artistas do mundo afora. Em sua grande maioria são pessoas sonhando em ser o que já são , talentos que mereciam grande visibilidade, e então conseguimos realizar o sonho inicial que é possuir um material apresentável para “se jogar” nesse mundão. Esses trabalhos focando na “gratuidade” me dão muito mais prazer
que o próprio reggae, pois sinto que fortaleço relações e direciono muita gente de potencial maior que muitos
artistas das mídias. As pessoas que atendo se fascinam sem se dar conta que as talentosas de verdade são elas.

Jah-Knomoh
Foto: George Belmonte

Quanto a cantor, não me considero muito um cantor, minha “parada” mesmo é ali, “At controls”, seja no baile ou no
estúdio, mas como muitos dos que admiro em produção também cantaram eu me arrisco. Acredito que algumas coisas que escrevo são muito próprias, então eu recordo no estúdio, mas quase tudo de melodia é feita ali na hora e eu reproduzo a escrita tentando uma forma afinada, rs!

GM: Qual foi para você o momento mais marcante desse tempo todo em que você está presente na cena?
JK: Acho que a vinda do Jah Shaka, por nós do Quilombo Hi Fi estarmos envolvidos, mas após esse, tivemos muitos grandes no frontline da situação. Dubversão, que trouxe Martin Campbell, pra mim foi o maior de todos em termos de profissionalismo. Além disso, Jurassic Sound também sempre a frente nisso, High Public também tem feitos grandes eventos… Brasil está forte nisso, somos pequenos mas fortes no que chamam por aí de “lado b” do reggae music e outros até de “a dub”, mas Reggae é universal e único acredito eu. É uma Cultura.

GM: O que vem musicalmente pela frente em 2013?
JK: Essa ano tenho o meu disco para lançar, que está na metade já, mas acredito que seguro ele pra Copa, vai ter uma “especial” pra falar sobre o que ela significa pra mim, rs! Tem também o disco da Laylah, que está quase pronto já faz algum tempo e acredito que saia até dezembro. Ras Haitrm de Mozambique também tem coisa boa vindo por aí, estou com ele quente e já finalizado. Há também alguns discos com artistas do rap, samba, entre outros que estão sendo preparados para lançar. Participarei do LP do Monkey Jhayam também.

Quilombo Hi Fi retorna com a HighFire, festa que tínhamos há uns dois anos na Livraria da Esquina, com sound completo e a equipe toda. Leoa no mic e selectah minha, do Julião Peppa, do Idren, nossas produças, daquele jeito, fiquem sempre ligados e apareçam!

Por Mohammed Ali deixo algo que todos precisamos acreditar: “Impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca que prefere viver no mundo como está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo. Impossível não é um fato, é uma opinião. Impossível não é uma declaração, é um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário.” Jah abençoe todos!

4 thoughts on “Groovin Mood entrevista: Jah Knomoh

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