Goma-Laca lança “Afrobrasilidades em 78 RPM” no CCSP

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No próximo sábado, 23, o Centro Cultural São Paulo recebe uma programação especial e de qualidade para o lançamento do CD “Afrobrasilidades em 78 rpm”, projeto interessantíssimo do Goma-Laca. A partir das 10h, diversas atividades, como oficinas, exposição e apresentações musicais – tudo gratuito – marca a estreia dessa belíssima compilação, que traz reinvenções a partir de temas do candomblé, jongos, capoeira, maracatus, choro e emboladas, todos gravados originalmente entre as décadas de 1920 e 1950.

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A direção musical e os arranjos do CD ficaram por conta do maestro Letieres Leite, com participação de Karina Buhr, Russo Passapusso, Juçara Marçal e Lucas Santtana,  apresentando arranjos de tons jazzísticos em cima do ritmos afrobaianos. O trabalho foi todo registrado ao vivo em São Paulo, no Estúdio Traquitana.

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Atividades diversas marcam o lançamento de “Afrobrasilidades em 78 RPM”

Além das apresentações musicais dos artistas que fazem parte do trabalho, a Goma-Laca e o CCSP também oferecem ao público atividades diversas, como oficinas, roda de escuta e exposição temática.

Confira a programação completa:

OFICINA: VIVÊNCIA MUSICAL – LABORATÓRIO UPB – UNIVERSO PERCUSSIVO BAIANO
Coord.: Letieres Leite (diretor musical do disco Goma-laca “Afrobrasilidades” e maestro da Orkestra Rumpillezz).
Oficina de vivência abordando temas como tradição oral, corpo e tradição escrita, diáspora negra e consequências etno-musicais, transmissão de claves.
| Para músicos e artistas que tenham conhecimento mínimo de notação musical, prática em trabalhar coletivamente criação e estudo da música. Inscrição deve ser feita até o dia 22, pelo site. Deve-se levar o próprio instrumento. Dia 23, das 10h às 13h

RODA DE ESCUTA: OS PRIMEIROS REGISTROS DE MÚSICA AFRO-BRASILEIRA EM DISCOS DE 78 RPM
Mediação: Biancamaria Binazzi.
Audição comentada dos primeiros discos de música afro-brasileira em 78 rotações com a participação de colecionadores, pesquisadores e apreciadores da música dos tempos do gramofone. Haverá também a escuta de obras de J. B. de Carvalho, Getúlio “Amor” Marinho, João da Bahiana, Jorge Silva e seu Terreiro, Trio de Ouro, Sussú, Zé Fechado e Albertina, Elsie Houston, entre outros.
| Discoteca Oneyda Alvarenga. Dia 23, das 17h às 18h

EXPOSIÇÃO: AFROBRASILIDADES
Exposição de fotografias, discos, partituras e material histórico da Discoteca Oneyda Alvarenga voltados à música afro-brasileira, reproduzida no início do século 20.
| Sala Adoniran Barbosa. Dia 23, a partir das 18h

SHOW DE LANÇAMENTO DO DISCO AFROBRASILIDADES
Músicos: Gabi Guedes (percussão), Hercules Gomes (piano elétrico fender rhodes), Letieres Leite (sopros), Marcos Paiva (contrabaixo) e Sergio Machado (bateria). Cantores: Karina Buhr, Juçara Marçal e Lucas Santtana. Concepção e pesquisa: Biancamaria Binazzi e Ronaldo Evangelista. 90 min.
| Sala Adoniran Barbosa. Dia 23, 19h (retirar ingresso a partir das 17h)

Centro Cultural São Paulo. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. F: 3397-0001 e 3397-0002. Dia 23, Grátis.

Sobre o álbum Goma-Laca – Afrobrasilidades em 78 rpm 

(fonte: Goma-Laca.com)

O Goma-Laca teve seu embrião cinco anos atrás, quando a radialista Biancamaria Binazzi estagiou na Discoteca Oneyda Alvarenga, do Centro Cultural São Paulo. “Fiquei extasiada com a qualidade e a quantidade dos discos em 78 rotações pertencentes ao acervo da discoteca e pensei: essa riqueza e beleza da música popular brasileira não pode ficar restrita ao universo dos pesquisadores e aficionados pela produção do passado. Deve ser resgatada e, talvez com nova roupagem, apresentada ao público atual”, conta.

Mais tarde, trabalhando na Rádio Cultura, levou a ideia ao jornalista Ronaldo Evangelista e, juntos, criaram o projeto. O nome é tirado da goma-laca, resina que, misturada com barita ou cera de carnaúba, constituía a matéria-prima para a confecção dos primeiros discos em 78 rpm.

Em 2011, foi lançado o primeiro CD do selo, “Goma-Laca, descobertas em 78 rpm”. Agora, o foco são as músicas afro-brasileiras dos anos 1920 a 50, com seus jongos, capoeiras, cânticos de candomblé e maracatus, gravados, entre outros, por Almirante e Jararaca e Ratinho. No disco “Afrobrasilidades”, o maestro baiano Letieres Leite, da Orkestra Rumpilezz, esteve à frente de vários cantores para fazerem uma releitura dessas obras.

Criada em 1935 pelo escritor Mário de Andrade, quando era diretor do departamento que viria a se tornar, mais tarde, a Secretaria Municipal de Cultura, a Oneyda Alvarenga possui hoje um acervo de mais de 15 mil discos de música brasileira em 78 rpm. No próximo ano, a discoteca completa oito décadas de existência.

Para audição e download gratuito do material, acesse http://www.goma-laca.com/

(por Dani Pimenta)

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