Festa Rap Hour chega à 4ª edição com Ju Mineira e Nat Jakovac no comando
Rap + happy hour + lugar daora + lojinha de discos + cerveja gelada = NOSSA ME FALA ONDE É ISSO, GROOVIN MOOD? Te conto nas linhas seguintes! 😉
O Rap fica por conta das DJ´s Ju Mineira e Nat Jakovac na festa Rap Hour, em seleções 100% vinil. O happy hour rola depois daquela semana pesaaaada de trampo, pra relaxar mentes e corações. O lugar maneiro que abriga a cerveja gelada é a Casa Brasilis, parceira do coração, que recebe festas incríveis (e que recebe também o Happy Hour Mulheril, onde eu discoteco com Dé Schuw), é pertinho do metrô Sumaré e tem uma carinha única, com rolê + bar + loja de discos em um combo só!
Pra saber mais sobre a vibe desse rolê que tá indo pra quarta edição no próximo dia 19, conversei com as responsáveis pelo projeto: Ju Mineira, dos coletivos Ferro na Boneca e Reggay Oldies, e Nat Jakovac, duas mulheres lindas e altamente competentes! <3
(por Dani Pimenta)
Além de saber do Rap Hour em si, conversei com as meninas pra conhecer mais sobre a trajetória delas, descobrir como tudo começou, e de onde é que veio a inspiração. A Ju começou o papo dizendo o que segue:
“Quando me mudei pra capital paulista, entrei em contato com uma grande diversidade musical e forte movimentação cultural, onde pude conhecer melhor sobre os estilos musicais suas origens e influências, como também novas expressões. Dentro do universo musical de SP as festas no formato sound system me chamaram a atenção não só pelo grave dos falantes, mas também pela seleção jamaicana em compactos de vinil. A música jamaicana me levou a resgatar meu contato com o vinil, que começou na década de 90, além de me colocar em contato com toda uma produção musical que não vivi em 80, 70, 60, quando o R&B, o soul, o funk, o jazz e suas versões da ilha caribenha foram prensadas em vinil. A pesquisa musical aliada ao contato com o vinil foi/é o maior tesouro que pude encontrar com a música.”
“Girar discos de rap pra mim é compartilhar o movimento hip hop. Me inspiro no que cada música conta, cada estilo musical significa, principalmente onde as referencias à musicalidade de origem africana estão presentes. A música jamaicana em especial foi a que me envolveu em projetos de discotecagem. Junto do coletivo Reggay Oldies pude me aprofundar mais sobre a música jamaicana da década de 60 e 70, e também conhecer o cenário de festa na rua ou em espaços fechados e coletivos que agregam a música e o vinil em seus diversos estilos. No coletivo/festa Ferro na Boneca, do qual faço parte junto com duas outras seletoras, Dé Schuw e Laylah, uni não só a musica e o vinil como também a expressão feminina, discotecando reggae, soul, funk, afrobeat, música popular brasileira, rap, samba…”
“A Rap Hour nasceu depois de um projeto junto com a parceira Nat Jako, em que ela foi nossa convidada na Festa Ferro na Boneca e discotecamos apenas rap no Boteco Prato do Dia. Resolvemos repetir a dose após a Casa Brasilis abrir o espaço pro nosso projeto no formato Happy Hour, discotecando rap em vinil. Na primeira edição, em março deste ano, batizamos o evento inspiradas no álbum “Do you no what time it is?” do rapper Kool Moe Dee, que ostenta um relógio na capa dando o mote para o Rap Hour.
“Na terceira edição da Rap Hour recebemos a seleção de Laura Mercy homenagenado a dupla de hip hop americana Camp Lo, e na quarta edição da festa teremos o prazer de integrar novamente a seleção de Laura Mercy e receber o convidado Dj Wojtila.”
A parceira de Ju, Nat Jakovac, é uma das revelações femininas dos toca-discos aqui em SP. Dona de uma pesquisa séria e aprofundada, Nat conta abaixo um pouquinho do seu caminho:
“Bom… Comecei a me relacionar com o mundo dos discos quando conheci uma pessoa que colecionava e tinha um extenso conhecimento de discos nacionais da década de 70 e muitas raridades obscuras. Comecei a aprender e estudar. Comprei um toca disco com as caixas e sub da Adriana Terra e do MZK e aí comecei a comprar os discos, frequentar feiras e a conhecer cada vez mais, e quanto mais eu conheço mais eu quero conhecer e mais entendo que de nada sei. Até que me dei conta da proporção de importância que a musica tinha na minha vida, me dei conta de que desde pequena gostava muito de ouvir os vinis da minha mãe. Então depois com 15 anos comecei a frequentar os melhores bailes rap da cidade, como o Brancaleone comandado pelo DJ Hum e convidados de honra, e ia também muito no Dolores , Tijuana , Rose bom bom, Piranha , festas da Chocolate…
Comecei a ouvir música brasileira nos vinis da minha mãe, e meu primeiro contato com rap foi com meu irmão Guilherme, quando eu ainda tinha uns 11/12 anos, e cada irmao me acrescentou algo: o mais velho tinha uma banda de jazz e blues, e colecionava aquelas revistas com letra e partitura que eu amava; minha irmã curtia rock como Led, Pink Floyd; a mais nova era do hardcore; minha mãe era mais MPB e curtia Tina Turner; meu pai curtia muito Beatles e Creedance.”
“A minha grande porta para os toca discos foi o Boteco Prato do Dia. Lá ouvi muita música boa, conheci muita gente maneira e me aproximei mais ainda da minha grande paixão: música e discos . E foi nesse lugar que conheci as meninas da Ferro na Boneca, que me convidaram para tocar pela primeira vez… Lembro desse dia com muito carinho, gratidão e realização! A partir daí ficou mais interessante, e comecei a fazer sets temáticos, como um que falava sobre a natureza para a abertura da expo Setembro Verde na Matilha Cultural, e foi uma forma diferente de usar a música como causa e poder protestar por meio dela.”
“Agora sobre a festa Rap Hour: sempre tive profunda admiração pela Ju Mineira, ela foi minha grande incentivadora, junto com a Laylah, enfim, todas as meninas da Ferro, pois simplesmente confiaram no meu gosto e me tiraram da zona de conforto. Um belo dia em que a Ju estava tocando seus raps e eu ainda não a conhecia, elogiei o set dela, que era de deixar qualquer marmanjo boquiaberto, e ela, muito solícita, conversou sobre rap comigo. Começamos a nos ver com mais frequência e trocar mais ideias, e como a gente já tinha feito o lance de tocarmos juntas na própria festa da Ferro , a vontade de termos uma festa rap nossa só crescia!
Daí então surgiu o convite da Casa Brasilis e na hora já começamos a pensar em tudo: pensar no nome Rap Hour, procurar na internet com muito cuidado pra ver se já tinha festa com esse nome em SP, e com o ok final, nasceu aí nossa Rap Hour 100% Vinil.”
“A festa é no formato happy hour, das 19h às 23h, e somos eu e Ju recebendo nossos convidados, como a Laura Mercy, que é nossa amiga e manja muito de rap, tem um bom gosto incrível! Agora estamos incrementando e dando espaço também para os homens que dão força para nosso projeto, como o Wojtila, que será o convidado desse mês.”
Agora só falta você chamar os amigos e colar na próxima edição do RAP HOUR 100% VINIL! Sexta agora, dia 19, a partir das 19h na Casa Brasilis. Saiba mais sobre o evento clicando AQUI!
Dani Pimenta é jornalista musical, DJ e produtora cultural. Está sempre atenta às tendências e novidades da música independente mundial. É fundadora do Groovin Mood.