Emblemática banda do reggae BR, “Os remanescentes” se reúnem para lançamento de álbum gravado em 1991

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Em parceria com os produtores musicais DJ Raíz Seletor, do Sistema de Som Ministereo Público, e DJ Leandro Vitrola, da Freedom Soul Rec, a gestora cultural Rute Mascarenhas, filha do baixista remanescente Marco Oliveira, iniciou o processo de recuperação da obra fonográfica  “Só remanescentes ficará, 1991”. A obra que em sua versão finalizada  se mantém inédita há 30 anos, está em fase de remasterização e será lançada nas plataformas digitais no próximo mês de agosto.

Foi um trabalho que não foi lançado, onde nós empregamos muitos sentimentos, muita luta, muita força, muita dedicação para que ele acontecesse. Nesse momento, ver como uma espécie de reedição de tudo aquilo que a gente passou e viveu, move emoção, move também satisfação, move mais empenho para concluir. Isso eu achei extremamente positivo. É uma oportunidade de rever essa obra em um momento histórico, antropológico e social diferente“, comenta Marco Oliveira, compositor, arranjador e baixista.

História em música

No ano de 1989, o grupo foi convidado pelo produtor fonográfico Wesley Rangel para gravar o trabalho nos Estúdios WR, principal gravadora da época, responsável pelos lançamentos de bandas de todo o mercado da Axé Music. O álbum, que no período foi intitulado  de “Sementes do Amor”, seria lançado no ano de 1991, mas o trabalho não foi finalizado e no ano de 1993 a banda se desfez. 

Rute, Raiz e Leandro

O retorno a esse álbum significa reacender uma chama que foi trabalhada de uma forma muito intensa envolvendo vidas, envolvendo famílias. Foi um trabalho onde expressamos a nossa melhor forma de expressar o que sentimos, o que nós realmente desenvolvemos naquele momento onde tudo era difícil, onde tudo era contramão e nós acreditávamos nesse sonho. Então, é o sonho que está dando continuidade a essa realização. Isso é prova e sinal que ele não estava morto, ele estava adormecido”, pontua Nengo Vieira, cantor e compositor. 

“É como se estivéssemos acordando um gigante que estava na dormência e que agora com as contribuições de todos envolvidos, é uma alegria ver esse trabalho realmente ressuscitado e fazer com que esse trabalho, que é um legado, fique para posteridade. É onde nós derramamos nosso suor, nosso sangue, nossas lágrimas com momentos de alegria, com momentos de tristeza, mas que teve um significado muito decisivo em todas as nossas vidas. Eu me alegro muito em saber desse projeto que há trinta anos foi desenvolvido, e hoje estamos reacendendo essa chama.”

Sobre os Remanescentes

A banda Os Remanescentes firmou-se em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano, no final dos anos 80, e é considerada uma das primeiras formações de reggae do Brasil. Com a liderança estabelecida entre os músicos Nengo Vieira, Sine Calmon, Marco Oliveira e Tintim Gomes, o grupo, além de ser vanguarda do gênero musical no país, é um potencial e expressivo símbolo de identidade das juventudes negras periféricas e da militância no recôncavo e na capital baiana.

Porto Atlântico, gênese de reconexão e experiência de diáspora, Cachoeira se torna um dos principais portos dessa “cultura viajante” no mundo e a banda “Os Remanescentes” entra para a história como uma das primeiras bandas de reggae do Brasil, influenciando as gerações contemporâneas da Bahia. Sendo os principais responsáveis por grande parte da produção do reggae baiano, Nengo, Sine, Marco e Tintim atuaram também como arranjadores e músicos em trabalhos com importantes artistas como Edson Gomes e Lazzo Matumbi entre os anos 80 e início dos anos 90, além de seus lançamentos de músicas, cd’s e dvd’s de carreira solo, que sucederam após o término da banda, esta cena sonora registrou a identidade musical do reggae cachoeirano.

Acredito que será inspirador para as gerações mais novas e vai influenciar também as que estão por vir. Conhecer detalhes da história da banda, saber quem são eles e a importância deles no reggae brasileiro. Para quem viveu, acompanhou a banda na época, imagino que será emocionante escutar essas músicas originais. Para quem conheceu, como eu, escutando na internet várias músicas aceleradas, vai degustar agora como a obra é realmente, como foi gravada.“, disse DJ Raíz, co-produtor fonográfico do projeto.

 

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16 thoughts on “Emblemática banda do reggae BR, “Os remanescentes” se reúnem para lançamento de álbum gravado em 1991

  1. A história dessa banda faz parte da minha vida. Canções lindas, músicos talentosos, famílias envolvidas. Estou ansiosa pra ver esse trabalho pronto.

  2. PARABÉNS! Realmente , pra mim , Os Remanescentes , ficarão para história de Cachoeira , Bahia , Brasil e para o mundo do
    reggae .
    Eu , sou testemunha viva deste fenômeno musical .
    Fui colaboradora na logística desta gravação , aqui em Salvador , levando para a gravadora WR, no meu scot hets , bem apertadinhos e felizes .
    Foram dias difíceis , muita luta , mas como guerreiros , resistiram a todas as dificuldades .
    Sou Márcia Cristina , cunhada do melhor mestre regueiro do país , Nengo Vieira , irmã da Valéria Vieira , os quais me orgulho e os amo muito .
    Muito obrigada por esta iniciativa .
    TMJ.
    Márcia .

  3. Só remanescente ficará, fico contente com esse resgate, a História do reggae nacional verdadeiramente iniciou em Cachoeira – Bahia, com esses caras… bons músicos, boa melodia, foi o som da minha infância! Letras que até hoje carrego em minha memória. Parabéns 👏👏👏 para todos envolvidos!

  4. Aqui na expectativa, pois morava em Salvador e não conhecia, vim conhecer aqui e sou hoje amiga de alguns membros da banda que por sinal sou muito fã e amiga
    Vida longa a todos!
    Estou aguardando esse momento
    fiquem na paz, todos,
    E gratidao

  5. Os remanescentes fazem parte da minha história musical, essa edição será mais que especial. Parabéns a todos por esse resgaste.

  6. Os Remanescentes uma banda que era formada pelos melhores.
    Muisicas super atuais e bem feita.
    Esse projeto virá na melhor hora.
    “The wailers” assim era comparada.
    Será muito bom ouvir as músicas orinais.
    Será que eles vam fazer shows?

  7. Minha primeira juventude em Cachoeira teve essa banda como influência identitária para a vida. Tudo o que está envolvido, a espiritualidade, a cidade, o recôncavo, o ser negro, o Rio Paraguassu, os amigos, o reggae, ficou tudo permanentemente impresso em mim.

  8. Gente não aparece a foto de Quinho Batera e nem de Beto Souza e Wilson Tororó , percussionistas e fundadores da Banda !,Porque está existindo uma grande injustiça sobretudo com Quinho Baterista ! Está sendo LESADO EM SEUS DIREITOS AUTORAIS NO GRUPO no Fonograma Original “Só Remanescentes Ficará ” e isso é de ordem extremamente grave ..no Direito chama-se crime de ROUBO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL.. A Obra do Grupo Remanescentes é uma Obra Coletiva era um grupo e Quinho era o único musico com estudos no Conservatório de Música do Rio de Janeiro e no Centro Cultural de São Paulo , para além de toda bagagem histórica e de sua identidade que traz na sua formação a Batida Africana de conhecimento desde da barriga de sua mãe Dona Lita de Obaluaê .A Bateria é um instrumento base no Reggae ..sem Carlton Barrett jamais a. Banda de Bob Marley seria o que e isso foi Declarado pela UNESCO em 2018 . ..Só estamos colocando aqui por que esta foto reflete exatamente o que esta acontecendo depois de 30 anos Quinho esta sendo LESADO em seus Direitos Autorais na Banda Remanescentes ..aproveito para marcar toda comunidade Reggae para saber desta tamanha injustiça ..associada aos crimes de racismo e intolerância religiosa . Esperamos que esta tamanha injustiça e tentativa de apropriação seja Repada . Ei sou Consuelo .. Socióloga formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul , ativista social há 30 anos , Produtora Cultural e há 10 anos casada com Quinho Batera .

    1. Oi, Consuelo, tudo bem com você? Me chamo Daniella, e fui eu que publiquei a nota sobre o lançamento. O conteúdo desta nota de lançamento nos foi enviado pela assessoria de imprensa do projeto. Entendo o ponto levantado, mas de fato é algo que teria que ser visto diretamente com o pessoal responsável pelo relançamento os motivos da ausência, pois é apenas, como eu disse, uma nota enviada pela assessoria. Se há algo a ser questionado em relação a direitos autorais, é muito importante que isso seja verificado com a banda, com os produtores e responsáveis. Torço para que vocês consigam, em conjunto, encontrar a solução mais adequada para ambos os lados. Todo nosso respeito a Quinho e a toda a história do reggae no Brasil.

  9. Outra questão o nome destes músicos que fundaram , construíram , divulgaram e no caso de Quinho, um músico baterista singular em sua obra e arte , reconhecido como Mestre em seu oficio , simplesmente desapareceram do histórico da Banda neste encarte . Fica a sugestão para os responsáveis por esta matéria , que possam pesquisar em todos os canais divulgação da história do Grupo . A tentativa de apagar a memória e a identidade negra africana que perfaz a História do Reggae Recôncavo é crime.

    1. Oi, Consuelo, Daniella novamente. Como expliquei acima, a nota nos veio enviada pela assessoria do projeto, e não há qualquer tentativa de apagamento ou mesmo de cometer algum crime de racismo ou intolerância religiosa de nossa parte, o que é uma acusação realmente séria. Como disse acima, é muito importante que vocês possam dialogar com os responsáveis pelo projeto (que não somos nós aqui, repito mais uma vez). Espero realmente que vocês consigam encontrar caminhos que solucionem essa questão. Abraços respeitosos, Daniella.

      1. Obrigada Dani Pimenta pelo retorno e repeito ao artista ! Esperamos também que a assessoria do projeto possa refazer a matéria contando a verdadeira história ..Quanto aos direitos autoriais de Quinho e a tentativa de apropriação dos mesmos acredito que o Forum será a justiça ..mas a imprensa deve publicar fatos reais, fica a experiência para que outros episódios como este não ocorram ..já que o papel aceita quase tudo ..mas a realidade dos direitos , não ! Um abraço ! Consuelo Gonçalves

  10. Remanescentes mesmo!!!! Tem que ter gana! Viva a resistência! Grandes Músicos! Como vai ser bom ouvi-los novamente!!! Parabéns pela iniciativa!

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