Nomade Orquestra apresenta experiência audiovisual catártica no SESC 24 de Maio

Foto: Camila Cicolo

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(Resenha/Colaboração por Gustavo Silva – Fotos: Camila Cicolo)

A Nomade Orquestra é algo tão único, que até pra começar o texto é difícil. O grupo? A banda? O conjunto? Músicos reunidos cada um em posse de seu instrumento? Não sei definir ao certo. Eles mesmos se definem como um ponto de encontro, eu acho que tá mais pra uma exclamação de encontro, são muitas expressões para caber em um simples ponto.

O show é realmente espetacular, eles estão celebrando seus dez anos, então passeiam por todos os álbuns, sempre mantendo o som lá em cima, com raríssimas pausas entre uma música e outra. Por vezes a bateria faz o encaixe, os instrumentos de sopro, o teclado, todos fizeram esse papel de entregar de forma natural o tempo entre uma música e outra.

Mas antes de falar diretamente do show, é preciso falar deles. Foi o primeiro espetáculo que vi do Nomade, a primeira vez na verdade que vejo um grupo apenas de instrumentos musicais – não sou a pessoa mais letrada em música, mas acho que isso dá uma graça, deixa o sentimento mais aflorado que a técnica – e, meu veredito foi: não vejo nenhuma voz que se atrevesse a encaixar nessa música tão bem tocada. É meio mágico até a sensação, pois sempre estamos acostumados com a voz guiando tudo, quando não tem voz, ninguém se sobressai e ao mesmo tempo sempre tem um personagem principal.

Até o nome do grupo causa essas sensações: Nomade Orquestra. Você já pensa em algo sinfônico, na ópera, mas é longe disso, tá mais para uma operação, cirurgicamente cada um dos músicos toca com o máximo de detalhes e ao mesmo tempo entregando intensidade. Quando a luz cai sobre eles, dá pra ver seus olhos fechados, a entrega e também a técnica de cada um se sobressai a cada instante.

É esse o espírito, domingo à noite, músicos fantásticos reunidos, a qualidade da estrutura do SESC. Um espetáculo de uma hora e meia que passa voando, poucos momentos de fala, no máximo para dizer qual música foi ou será tocada.

As projeções ajudam nesse sentido, quebra bastante o momento, deixando mais fluído, mais visual, você não precisa dizer muito, ou interromper muito, entretém. Algumas imagens complementam, outras só são bonitas, e tem muitas dessas outras, eles sabem que é algo pra ser artístico e não explicado. 

Em muitos momentos eles apresentaram algumas músicas do último álbum, o Na Terra Das Primaveras (escuta, é bem bom: clica aqui) com as principais faixas do grupo na versão reggae.

Tá, versão reggae, mas qual o estilo deles? Uma mistura tão boa, com alguns solos, com algumas coisas, que assim como a banda que não é banda, é impossível de definir, devemos apenas apreciar.

Confira as fotos do show:

 

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