GM ENTREVISTA: Junaiine, baterista cofundador do Natiruts, fala sobre carreira e novo single “Puro Feeling”

Junaiine | Crédito: Gustavo Elias

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No começo dos anos 2000, era inevitável ligar o rádio e escutar pelo menos uma canção do Natiruts. O baterista Junaiine fez parte do nascimento da banda, participou na criação dos principais hits e os acompanhou até 2011. Após colaborar 17 anos neste projeto, o músico e compositor brasiliense dá as primeiras remadas na carreira solo com o single “Puro Feeling”, que chegou às plataformas no final de julho passado.

 

 

A canção surgiu da convivência de Junaiine com a cena de surfe de Florianópolis, cidade que ele escolheu para morar, desde 2008; e como uma homenagem ao surfista Derek Rabelo, que nasceu com glaucoma congênito e perdeu a visão em seus primeiros dias de vida. Derek foi um dos atletas a carregar a tocha olímpica em 2016 e tem uma prancha na “Surfer Wall” do Museu do Surfe de Nazaré, em Portugal, por ter dropado uma das ondas gigantes da cidade, que chegam a 30 metros de altura.

“Puro Feeling” é a faixa que abre a primeira leva de lançamentos originais de Junaiine e faz parte de seu primeiro EP, que deve chegar completo às plataformas em 2025. Nós trocamos uma ideia exclusiva com ele sobre o single, carreira, projetos futuros e mais. Confira!

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GM: Você foi parte fundamental do sucesso do Natiruts por quase duas décadas. O que você considera como o maior aprendizado dessa experiência e como isso influenciou sua abordagem na carreira solo?

Junaiine: Tudo o que eu passei com o Natiruts, desde gravações, sessões com grandes produtores a shows no Brasil e no exterior (incluindo grandes festivais), me fizeram crescer muito profissionalmente. Foi um aprendizado que impactou na minha carreira solo.

GM: “Puro Feeling” foi inspirado pela história de vida de Derek Rabelo. O que você destacaria na trajetória de superação dele como maior influência na criação e na narrativa da música?

Junaiine: Derek Rabelo é uma grande inspiração de superação para todos nós. É incrível que, apesar da cegueira, ele dropou uma das ondas gigantes de Nazaré, sem contar toda sua carreira como atleta para-olímpico. Ele nos lembra da força interior que temos para quebrar as barreiras que a vida coloca, para superar com garra e determinação e alcançarmos nossos objetivos.

GM: Sobre o processo de composição e produção do instrumental de “Puro Feeling”, quais foram os principais desafios e descobertas ao criar os arranjos sozinho?

Junaiine: Sobre a composição, arranjos e produção da música, o desafio foi fazer um som diferente do que sempre fiz com o Natiruts. Logo veio a ideia de uma balada surf music, praiana, calma, com solo de guitarra havaiana. Pensei em trazer uma vibe mais relaxante, até adicionei alguns efeitos sonoros que remetem ao mar. A bateria e o baixo marcam o compasso da música junto com a guitarra e o violão, dando um ritmo mais suave para as estrofes.

GM: Como você descreveria o som e a estética do seu EP que está por vir em 2025?

Junaiine: Será um EP bem alto-astral, a começar pelas letras, focando no tema de superação e mensagens motivacionais. O som é embalado por baterias com muita pressão e linha de baixo forte, além de metais em estilos que conversam entre o reggae, rock, manguebeat e MPB.

GM: O que você espera que os ouvintes sintam e experimentem ao ouvir “Puro Feeling”? Existe uma mensagem ou emoção específica que você gostaria de transmitir com esta música?

Junaiine: Espero que sintam através da letra a determinação e garra que o Derek tem no seu dia-a-dia, ultrapassando a deficiência dele e atingindo o que quer, com a vibe positiva e a leveza de sempre.

GM: Sobre sua relação com a reggae music, como ela surgiu e se desenvolveu ao longo dos anos? Qual foi sua “porta de entrada” no reggae, tanto como ouvinte quanto como artista – antes de co-criar o Natiruts?

Junaiine: Fui conhecer e entender o reggae na criação do Natiruts. Minha inspiração foi o Bob Marley, e mais precisamente o baterista dele, Carlton Barrett. Bebi dessa fonte roots para executar a bateria e também colocando as minhas outras influências de rock, como Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath, entre outros.

GM: Quais artistas de reggae (nacional e internacional) você costuma ouvir hoje em dia?

Junaiine: Tenho ouvido muito Projota, Damian Marley e Stephen Marley.

GM: Qual mensagem você gostaria de deixar para os leitores? O que eles podem esperar dos próximos passos dessa nova fase de sua carreira?

Junaiine: Gostaria de deixar um pouco das mensagens que passo nas minhas letras: tudo que você sonha, almeja e quer na sua vida, você pode conseguir, desde que se entregue e faça com amor, determinação e fé. Se você não acreditar no que faz, não convencerá ninguém. E espero que minhas músicas cheguem ao máximo de pessoas possíveis e que, de alguma forma, acrescentem em suas vidas.

 

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