Brazilian Grooves: Di Melo
De Pernambuco para a música. A noite paulistana e a música nacional conheceram um de seus maiores intérpretes em meados de 1960, época da chegada do pernambucano Di Melo na capital paulista. Roberto de Melo Santos começou a cantar na noite de São Paulo, e assim permaneceu até que seu primeiro disco, “Di Melo”, fosse lançado em 1975.
“Eu, Roberto de Melo Santos, pernambucano, recifense, em arte Di Melo, venho desde cedo, me ramificando e perseguindo o rumo das artes, ou seja, nas áreas de canto, da composição, da poesia, do entalhe, da pintura e da interpretação. Violeiro, cancioneiro, nordestino-brasileiro. Sou de pele, de cheiro, de pigmentação. Adoro cores, luzes e sabores, mulheres bonitas, cheirosas e sensíveis, sempre me emocionaram, fascinam e excitam, aliás, mexem com a minha libido.” É assim que Di Melo fala de Di Melo. E é isso que Di Melo é.
Seu disco filho único Di Melo (1975), lançado pela EMI-Odeon, teve participações especiais de Heraldo Dumonte e Hermeto Paschoal, entre outros grandes nomes. Também compositor, Di Melo possui por volta de 400 canções inéditas que foram sendo feitas ao longo de sua carreira.
A carreira de Di Melo, um dos artistas mais “misteriosos” da soul music nacional, foi retomada em 2009, e continua a pleno vapor. Em sua homenagem, foi lançado em 2011 o filme “Di Melo – O Imorrível”, que conta com depoimentos de Catarina Dee Jah, Charles Gavin, Léo Maia, Simoninha e Max de Castro, e outras figuras do meio e que fizeram parte da história do artista, além do próprio Di Melo e Jô, sua esposa.
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