Vinaa compila 120 anos de música maranhense em álbum que mescla o moderno e o tradicional

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A música é uma das formas de expressões que mais transmitem a sensação de pertencimento. Não por menos, o cantor e compositor Vinaa, que agora emerge em seu lado intérprete, se debruçou ao lado de Filipe Façanha e Zeca Baleiro em uma pesquisa sobre 120 anos de música feita em solos maranhenses. Porém, o artista natural de São Luís, não quer apenas valorizar a música feita no lugar onde vive e, sim, resgatar o pertencimento da mesma ao povo brasileiro.

Resultado de tudo isso é o álbum “Fé de Alimária”, já disponível em todas as plataformas de streaming. São 15 canções, incluindo a inédita “Minha Melhor Versão” (Betto Pereira e Gilberto Mineiro), além de “Mina Negra” (Betto Pereira, Erasmo Di Bell e Josias Sobrinho), divulgada anteriormente como single ao lado de Núbia e Dicy Rocha e lançada originalmente por Betto Pereira no álbum “Terecô”, em 1992. As parcerias são diversas: Tião Carvalho em “Todos Cantam Sua Terra”, Walber Carlos em “Luar do Sertão”, Anastácia Lia e Vivi Cardoso em “Gira Meu Balaio”, Luciana Pinheiro, Nastácia Lia e Vivi Cardoso em “Mulher Negra”, Preto Nando em “Piercing”, Marcos Lamy em “Engenho das Flores” e Metabrisa em “Verão Vermelho”.

 

 

“Vinaa é um artista maravilhoso, que está pronto para o mundo, e é uma honra ser lembrado por ele. ‘Mina Negra’ tem tudo a ver com a nossa história, com nossa forma de fazer reggae. É um presente. A regravação me remete a tanta coisa da minha trajetória. ‘Minha Melhor Versão’, uma música inédita, que compus com GIlberto Mineiro, é a cara do Vinaa. É uma festa. Tivemos a sorte dele gravar, ele é fantástico. Sou fã, fico muito feliz”, conta Betto Pereira.

O objetivo de Vinaa ao traçar este projeto foi também o de dar voz à nova geração musical maranhense e manter a tradição de clássicas canções do cancioneiro do Maranhão. A sonoridade moderna do disco muito vem da produção de João Simas, que dividiu os trabalhos com o também produtor Thierry Castelo.

“Esse disco, esse material de pesquisa, compila bem um substrato do que a música maranhense tem de mais bacana. O Vinaa me passou algumas referências, que foram diversas, bem variadas. E imprimimos isso no disco. Tem músicas mais eletrônicas, faixas com banda. São vários ambientes sonoros que conversam entre si. Desde o início, esse era o conceito que tínhamos e fico feliz porque acredito que chegamos lá”, conta João.

A divulgação do projeto teve início com a edição em single de “Mina Negra” e a disponibilização gratuita do workshop “Vento Norte: Produção Musical, Identidade de Origem e Valorização da Música Feita no Maranhão”. Toda a parte visual tem assinatura da designer Ana Waleria. “A capa, com o touro, teve início com um rascunho de Filipe Façanha, que também participa do disco. Ela tem a ver com a lenda de Dom Sebastião, muito famosa aqui no Maranhão. Muita gente fala que Dom Sebastião voltará em forma de um touro encantado, que trará muitas riquezas. A ideia foi representar isso através dos lençóis maranhenses, das dunas. Dentro dessa identidade, elaboramos a simbologia para cada música. Cada canção tem um ícone representativo”, explica Ana.

As referências não acabam por aí, a inspiração de Ana veio também sobre o trabalho do pintor espanhol Salvador Dalí, com traços mais compridos e cores vibrantes.  Dentro do encarte, é possível visualizar uma arte que homenageia todos os compositores presentes no álbum.

A partir do lançamento do disco, Vinaa prepara uma série de ações culturais dentro do Maranhão, como a doação de CDs para bibliotecas estaduais e comunidades tradicionais. “Muita gente ainda não tem acesso à internet e esse é um disco feito com o intuito de resgatar a música maranhense. Não teria sentido deixá-lo apenas no digital e este trabalho não chegar a essas pessoas”, conta o músico.

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