Música da África #5: novidades do continente africano
O universo sonoro do continente africano parece ser infinito. Das inspirações nas sonoridades ancestrais aos ritmos mais modernos que se fundem ao pop, a produção musical na Terra-Mãe ferve como nunca.
O “Música da África” é nossa coluna que traz pra você um panorama da nova música africana e toda essa grandiosa pluralidade. Dá o play!
Brian Simba x Pabo (Tanzânia) – Temptation
Brian Simba é um artista da África Oriental que vive em Daressalaam, na Tanzânia. Originalmente um artista de hip hop, seu som alternativo e experimental ganhou popularidade após o lançamento de sua mixtape de estreia MASAKI THEORY em 2016. De lá para cá, ganhou grande projeção no continente. “Temptation” é o segundo single do álbum “Uncle”, a ser lançado em breve, com uma cadência jazzy Hip-hop. O artista Pabo o acompanha.
Muchi Melo (Tanzânia) – Jojo
Muchi Melo é um cantor e compositor residente em Dar es Salaam, na Tanzânia. Sua paixão pela música começou desde muito jovem, quando descobriu seu talento em uma reunião familiar. Nos últimos 10 anos, ele tem trabalhado escrevendo, produzindo, mixando e masterizando. Depois de escrever e produzir para vários artistas da Tanzânia, ele lançou sua primeira música em 2018. Ele usa sua inspiração de diferentes gêneros, como Reggae, Dancehall, Afrobeat, Afropop, Trap e RnB, para aproximar as pessoas e inspirá-las – como na canção de amor “Jojo”.
Village Boy Prince (Serra Leoa) – By My Side
Village Boy Prince é um artista de afrobeats/dancehall de Serra Leoa. Aos 8 anos, já sabia que a música era sua vocação, e começou sua jornada musical cantando e fazendo rap na sua turma da época. Com apenas 10 anos, se tornou o assunto da cidade por se apresentar em shows de talentos. Após o colegial, ele decidiu se matricular na Full Sail University para aprender a gravar, produzir, mixar e masterizar. “By My Side” é uma fusão muito bem produzida entre afrobeats e dancehall.
Ogee Xeng (Gana) – Hardway
Ogee Xeng nasceu em Accra, Gana. O artista passeia por gêneros como o afro pop, hip hop e afrobeats. O multiartista é produtor musical, engenheiro de som, baterista e pianista. Seu drill “Hardway” nos dá um vislumbre de insights de lutas pessoais ao longo da jornada de sua vida e os triunfos que ele alcançou. Ele explica: “De uma experiência de quase morte a ter que lidar com valentões do ensino médio, ‘Hardway’ é sobre a vitória – um hino olímpico”.
M3L (Camarões) – Million
M3L (pronuncia-se Mel) é um artista de Afro-Reggaeton e R&B residente em Toronto, Canadá, nascido em Camarões e criado em seis países. Sua música incorpora as experiências vividas por um garoto da “Terceira Cultura”, com raízes nos Afrobeats Anglófonos e Hiphop/R&B, no Zouk e Coupé-Décalé (tipo de música de dança popular originária da Costa do Marfim). “Million” é a primeira colaboração entre M3L e o produtor de Seattle e apresentador do “Overnight Afrobeats” do KEXP, Lace Cadence. Uma música que se baseia na parte mais tradicional do Afrobeats e que transforma essa referência com muita elegância e modernidade, “Million” definitivamente vai te conquistar.
MUZI (África do Sul) – Interblaktic
Nos últimos anos, Muzi redefiniu a paisagem musical da África do Sul moderna e, ao mesmo tempo, teve um impacto global. Canalizando a rica e até recentemente esquecida história da house music da África do Sul com as tradições Zulu de sua infância, a era Bubblegum do país e gêneros locais como Maskandi, Kwaito e Isicathamiya, Muzi está fazendo música que é universalmente dançável, mas com um sentido rico do lugar. “Interblaktic”é um vislumbre adequado do próximo álbum, preparando o palco cósmico para mais um capítulo nas aventuras do alter-ego de Muzi, Zulu Skywalker. O single e o vídeo encapsulam muito do que torna Muzi único; amor próprio, perda, um senso de lugar e uma estética visual e audiovisual poderosa e intransigente.
Kasai Allstars – Remix by Ekiti Sound (Congo) – Kasai Munene
A infância de Ekiti Sound entre Londres e Lagos foi enriquecedora: foi uma experiência vívida do recente diálogo musical entre a África Ocidental e o Reino Unido. O premiado álbum de estreia de 2019 do artista, ABEG NO VEX, é um disco cuja engenhosidade de produção matizou um novo capítulo no som Afro-fusion, enquanto afirma o vocalista e o produtor como um dissidente que está pronto para continuar ultrapassando os limites. Neste remix, o house de pista dá o tom, mostrando a potência do afrofusion.
M.anifest (Gana) – Confusion
A gente fecha a lista da semana com chave de ouro, trazendo a especialíssima “Confusion”. O premiado veterano do rap ganês e embaixador da UNICEF M.anifest acaba de lançar seu novo single, produzido pelo artista e produtor indicado ao MOBO Award JULS (GoldLink, Kojey Radical, Pa Salieu, Ms. Banks), com instrumentação adicional de Elias Jordan Atkinson (Blue Lab Beats, Ezra Collective) e Efeoghene Alloh (Asa, Odunsi The Engine, Lady Donli). A canção é um conto sobre o belo caos de viver em uma cidade africana moderna como sua cidade natal, Accra. De acordo com M.anifest, “tal é o paradoxo da vida em nossas cidades, que há sempre uma tensão constante entre o sentimento de‘ pressa, pressa ’e‘ ok espere ’”.
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Dani Pimenta é jornalista musical, DJ e produtora cultural. Está sempre atenta às tendências e novidades da música independente mundial. É fundadora do Groovin Mood.
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