Marietta Massarock e Sementes Livres Hi-Fi se encontram em novo álbum

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Reggae, dub, rocksteady, rub-a-dub, dancehall e new afrobeat. Essa profusão de sonoridades se conecta e se entrelaça no álbum “Sementes Livres encontra Marietta Massarock”, lançado hoje, 12/11.

Batemos um papo com Marietta sobre o álbum, sobre a parceria com o Sementes Livres e sobre, claro, música e vivências pandêmicas. Confere!

– Como surgiu a parceria musical entre você e SeMentes Livres?

“Foi espontânea demais. Um pouco antes da pandemia, na expectativa do lançamento do “Analógica” (que inicialmente tava marcado pra março de 2020), o Ualê (Figura) me convidou pra colar com ele, Denise Alves e a Vanessa Nilza no baile do SeMentes em Botucatu, pra somarmos com ele no mic. Foi no Carnaval, e num esquema muito interessante. O João, do SeMentes, curtiu a ideia de irmos, marcando e divulgando uma sessão de dubplates no dia seguinte do baile, pro qual eu desenvolvi alguns specials, inclusive pro próprio SeMentes. Nesse dia, mesmo rouca pós-baile, (que por sinal foi “daquele jeito”, hehe) somaram-se 4 dubplates e 2 specials. Acredito que ali vimos uma via produtiva incontestável, e uma afinidade natural pra trabalhar juntos.

– E a ideia desse álbum? Como ela veio? Como foi realizada essa construção?

2020, naquele miolo da pandemia no Brasil, e eu estava me virando como toda mãe e profissional, e completamente obcecada com o lançamento do Analógica, tentando entender como ele se daria nas novas condições. Eis que o João me chama: “-Marietta, vamo gravar um EP? Se você topar, vou inscrever a gente no Edital do Reggae, que já tá na agulha.” E eu, imediatamente fiz a conta: “-Bora, irmão, que eu não tenho nada a perder, e se naquele domingo pós-baile bombástico gravamos 6 faixas, acho que faz todo sentido tentarmos entrar.”

Poucas reuniões online pra traçar o teor do disco depois, já deu pra ver a necessidade de fazer algo que homenageasse decentemente o Reggae, cultura a qual eu sou tão grata, evocando estilos clássicos, numa lírica direta e alguns leves sabores mais contemporâneos. Sobre quais assuntos falar, eu já tinha algumas vontades bem definidas naquele momento já. Então foi bem fluido o nascimento da ideia.

– Em 2020, você lançou pro mundo o excelente Analógica, e agora solta mais um trabalho de alta qualidade. Como tem sido esse caminho de produção desde o início da pandemia e como isso impactou (positiva ou negativamente) nos seus processos artísticos?

Nossa, acho que tem sido um grande desafio pra todxs nós, né não? Na parte logística e operacional e também na parte psicológica. Acredito que pra mim, essas músicas com o SeMentes acabaram amenizando a pressão das expectativas que eu tinha em relação ao “Analógica” que automaticamente foram frustradas com a pandemia em 2020.

“Massarock” (2010) e “Analógica” (2020) já falavam da necessidade de amor e de fé naquele mundo láá bem de antes da pandemia. E continuei falando desses mesmos assuntos neste encontro com o SeMentes. Hehe.

Com certeza, em termos de produção e de execução, o processo ficou mais objetivo em certos sentidos e mais burocrático em outros, pois mesmo a música sendo algo muito coletivo, nesses novos moldes de agora, é sempre pouco ou nenhum tempo de produção presencial. Isso faz falta demais, mas a gente se adaptou e otimizou. Tudo mais objetivo. Até a poesia contida nas músicas ficou mais papo reto do que eu costumava praticar antes da pandemia.

OUÇA:

– E sobre as participações (Laylah Arruda e Monkey Jhayam)? Como foram feitas essas escolhas?

Buscamos muito essa ideia de um álbum com conteúdo instrumental “clássico” e que homenageasse o que a gente adora. Simbolicamente, acredito que as duas participações foram chamadas na intenção de realimentar a cultura, vozes que assim como a minha, são da escola do SoundSystem aqui no Brasil e das festas de rua, artistas maduros, considerados dentro da cultura de sound e que com seus talentos, reforçassem as idéias da cultura implícita nas músicas, ou seja, “clássicos” também.

Além disso, falando especificamente da Laylah, já estávamos pra oficializar a parceria de baile há muito tempo já, depois de várias e várias sessões juntas pela vida.

– Como você resumiria o novo álbum?

Eu resumiria esse álbum como um encontro que celebra com frescor e leveza a cultura de soundsystem aqui no Brasil, com respeito e também com um toque de criatividade pop. E eu, como admiradora do estilo, só posso agradecer de poder estar junto dançando, cantando, e celebrando essa cultura que sempre me abraçou.

Aproveito pra destacar que hoje, mesmo dia do lançamento com o SeMentes, meus irmãos do Rockers Control estão lançando o disco do Cristopher Dilovah, meu parceiro de microfone por anos a fio em sounds, festas e bandas de reggae, e nele, canto em 6 faixas nos backing vocals. Irmão que é irmão, lança no mesmo dia. Uma grande celebração.

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